+ Especial: Combate no Vietnã, série clássica de guerra do final dos anos 80
Considerada um clássico ainda pouco reconhecido, visto que quase não há referências feitas a esta série. Trata-se, simplesmente, da primeira produção seriada que explora o dia a dia de um pelotão americano em plena Guerra do Vietnã.
Este foi um tema pouco abordado pelos seriados em função da polêmica que o conflito gerou e dos altos índices de rejeição. Os EUA começaram a enviar tropas ao Vietnã por volta de 1954, mas foi somente em meados de 1965 que os americanos embarcaram oficialmente no conflito no qual perdeu cerca de 57 mil soldados e onde, aproximadamente, 300 mil são considerados desaparecidos.
A série surgiu na esteira dos filmes produzidos para o cinema. Criada por L. Travis Clark e Steve Duncan, a série é dividida em três partes. A primeira, situada em 1967, apresenta a história de um pelotão de infantaria da Firebase Ladybird e as missões que recebe de localizar e destruir o inimigo sem jamais fazer prisioneiros.
A segunda temporada leva o mesmo pelotão à Tan Sun Nhut, próximo à Saigon, onde tem a missão de proteger a cidade de qualquer ataque. Na terceira, o pelotão é transferido para Camp Barnett, onde realiza missões secretas no Camboja. A série encerra com a reconstrução da tentativa americana de resgatar militares feitos prisioneiros em Son Tay, próxima a Hanoy, em 1970.
Produzida entre 1987 e 1990, a série “Combate no Vietnã/Tour of Duty” foi mais uma a conquistar a crítica, mas ser ignorada pelo grande público. Os baixos índices de audiência forçaram o canal a transferir as filmagens do Havaí para Los Angeles quando a série foi renovada para a segunda temporada. Por curiosidade, a produção utilizou o mesmo estúdio onde a sitcom “Mash” foi filmada. A CBS tentou elevar a audiência da série buscando conquistar o público feminino; assim, os roteiristas receberam a ordem de introduzir mulheres na trama e criar situações que possibilitassem relações amorosas entre os personagens
Para que isso ocorresse, a produção precisou transferir o pelotão para uma base próxima à cidade de Saigon, onde viviam algumas das mulheres introduzidas na série. Entre elas, Alex Devlin (Kim Delaney), repórter de guerra, e Jennifer Seymour (Betsy Brantley), psicóloga. O leque de personagens também ampliou, possibilitando a introdução de civis, agentes da CIA, missionários, membros de gangues, enfermeiras e outros.
A resposta de público garantiu a renovação da série para uma terceira temporada, mas estava claro que a produção não passaria disso. Abrindo espaço em sua programação, a CBS fez o que todo canal faz quando busca um motivo para cancelar uma série aclamada pela crítica: transferiu-a para o sábado à noite onde precisou enfrentar a audiência de “As Supergatas/the Golden Girls”, produção aclamada pela crítica e pelo público.
“Combate no Vietnã” foi cancelada com 58 episódios produzidos, os quais já foram disponibilizados em DVD nos EUA. No Brasil, a série foi exibida pelo SBT, na mesma época em que chegou outra produção também situada no Vietnã: “China Beach”. Estrelada por Dana Delaney e Marg Helgenberger, esta série sobre uma equipe de enfermeiras teve melhor receptividade da audiência por tratar de histórias da Guerra sob o ponto de vista feminino e suas relações com os colegas de trabalho.
A série utilizou em sua trilha sonora várias músicas famosas da época situada na trama, a começar pela canção tema, “Paint it Black”, gravada pelos Rolling Stones em 1966. A música também foi utilizada no filme “Nascido para Matar/Full Metal Jacket”, de Stanley Kubrick, lançado três meses antes da série estrear.
“Combate no Vietnã” é estrelada por Stephen Caffrey, Terence Knox, Tony Becker, Miguel A. Nuñez Jr., Ramón Franco, Stan Foster, Dan Gauthier e Eric Bruskotter, e outros.
Entre os atores convidados estão Lee Majors, Angela Bassett, Tia Carrere, William Russ, Mako, Tamlyn Tomita, Robert Knepper, Talia Balsan, Olivia D’Abo, David Alan Grier, Anne Lockhart, Clyde Kusatsu, Kelly Hu, Richard Brooks, Soon-Tek Oh, Greg German, Carl Weathers e Len Lesser, entre outros.
(por: Fernanda Furquim)
Assinar:
Postagens (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário